Ideias

Por que eu deveria fazer alguma coisa para a posteridade? O que a posteridade já fez por mim? Christian Bridgwater / Dreamstime

Por que eu deveria fazer alguma coisa para a posteridade? O que a posteridade já fez por mim?

A natureza está sitiada, colocando a qualidade de vida em risco. Não só a qualidade de vida do ponto de vista mercadológico, que consiste em consumir porções diárias cada vez maiores. Mas a qualidade de vida mesma, com a entrada em cena de novas intempéries, novas doenças pela alteração de micro-organismos, a incapacidade de regeneração de nossos estragos, o declínio da fertilidade do solo, o desconforto pela insalubridade geral do clima, a toxidade nuclear.

Psicodélicos, depressão e Netflix

Psicodélicos, depressão e Netflix

Eu nunca havia tido vontade de usar esse tipo de droga em toda a minha vida. Perder o controle da minha mente sempre me pareceu algo absurdo. Fora os receios mais óbvios que eu sempre tive; como por exemplo, usar droga em um país onde não é legalizado e não saber se aquilo que você está tomando é mesmo o que estão te dizendo. Isso não me impediu de usar maconha algumas vezes. Mas, por alguma razão, a maconha sempre me pareceu algo mais tranquilo de lidar, com menos efeitos desconhecidos em potencial do que esses psicodélicos da vida.

O tempo do ser. O tempo que importa

O tempo do ser. O tempo que importa

Não é importante que fiquem muitos em sua jornada. É importante que fiquem os que a semeadura do tempo deixar, eles que colhem suas fraquezas e defeitos como o boticário colhe o orvalho de certas flores para delas fazer seu alquímico aroma, poder de transformar uma gota que cai do céu em um perfume inesquecível.

Anhanguera: herói ou vilão? Foto: Vinicius Bacarin

Anhanguera: herói ou vilão?

Se formos rever nossa história e nossa cultura, à luz dos valores atuais, principalmente, se embrulhados pelo manto da ignorância, teremos que cancelar tudo o que aconteceu e foi reproduzido simbolicamente, de 1990 para trás. Ao invés de termos uma História das Civilizações, que tem jogado luz sobre o passado, refletido no presente e ainda abrindo flashes para o futuro, teremos que adotar outra ciência, algo parecido com Amnésia das Civilizações.

Dá-lhes, Joyce!

Dá-lhes, Joyce!

Fruir o lúdico joyceano. É o mínimo que “Finnegans Wake” espera de nossa parca inteligência. Fruir (vide mestre Aurélio) é “estar na posse de”. Se você não toma posse do texto, nada possui ou extrai dele; deixa, então, que o texto lhe possua. Esteja possuído, e já se dê por satisfeito. “Tirar de uma coisa todo o proveito, todas as vantagens possíveis, e, sobretudo, perceber os frutos e rendimentos dela”, prossegue mestre Aurélio, arrematando que fruir é desfrutar. Desfrute, ó falso leitor — “hypocrite lecteur”, diria Baudelaire.