Filmes

A diretora Vanessa Jopp investe num saboroso clichê a fim de destacar essa humaníssima necessidade de reencontros os mais íntimos de alguém consigo mesmo, de descobrir seu espaço no mundo e entrar em simbiose com a natureza. Este filme singular nos leva a crer pode mesmo existir uma terra mágica a que todos precisamos ir de tempos em tempos, perto, depois da próxima curva da estrada, ou em uma ilha bem distante, sugestão no título desta história inspiradora, poética, assumidamente farsesca e quase repetitiva.

“O Céu da Meia-Noite” é coproduzido, dirigido e estrelado por George Clooney e marca o retorno do ator às telas, quatro anos depois de sua última atuação, em “Jogo do Dinheiro”, de 2016. Pego de surpresa pela pandemia de Covid-19, o longa de ficção-científica parece uma representação perfeita daquele período e fala sobre isolamento e solidão. O filme se passa em um futuro distópico e apocalíptico. Uma nave com cinco astronautas à deriva no espaço tenta fazer o percurso a todo custo para a Terra, mas a tripulação ainda não sabe que não há mais para o quê voltar.

Com “Rain Man”, Barry Levinson tenta responder algumas das questões que atormentam famílias especialmente infelizes desde o princípio dos tempos, sem deixar de fazer suas consultas ao espectador. Ainda que Levinson, dono de uma produção regular, embora pouco lembrada, não tivesse feito nada mais ao longo das quatro décadas de carreira, estaria perdoado por conseguir dar a sofisticação e a delicadeza que o roteiro exige ao passo que mantém a leveza da história até a derradeira cena, o que, definitivamente, torna-se a marca registrada do filme.

Produção original Netflix da Colômbia, “Amar é Amadurecer” é um romance cômico de Haroldo Trompetero que surpreende. Ele tem a composição de diálogos mais surreais que você poderia imaginar. Um filme que propõe discutir as relações modernas e como os casais precisam dialogar sobre suas intenções e objetivos de vida, o longa-metragem eleva o humor nonsense a novos níveis e isso pode te levar a amá-lo ou odiá-lo.

Quase por acaso, “As Semanas Mágicas” reafirma um dos raros pensamentos que consegue atravessar a bruma corrosiva que vai reduzindo tudo a uma massa amorfa e cinzenta e se impõe como o princípio que deixa a impressão de estar sempre muitos níveis acima dos pedestres ramerrões pelos quais a humanidade se deixa arrastar com alguma frequência: as tantas dificuldades não são capazes de arrefecer o sonho de mulheres e homens, nessa ordem, de sentir-se menos pó e quiçá eterno com os filhos.