Confesso, sem nenhum resquício de vergonha, li Dan Brown e gostei
Este pequeno ensaio resulta de uma tentação, talvez de uma heresia: comparar um best-seller, “O Código da Vinci”, de Dan Brown, a um conto da alta literatura, “A Morte a Bússola”, de Jorge Luis Borges. Borges, por convicção, se vale da economia do conto; Brown, da prolixidade romanesca, e aqui termina a diferença mais óbvia. Quanto às semelhanças, um e outro intrigam a religião (Borges o judaísmo, Brown o cristianismo); um e outro partilham o gosto pela trama policial, possuem notável erudição e escrevem histórias fantásticas.