O tempo é sempre aliado. Aborrecer-se com ele é estagnar a própria história
Ainda sinto falta do meu Gradiente vermelho e das férias de julho. Sinto falta do entusiasmo dos vinte anos, da liberdade de sonhar sem medo que as prestações atrasem, do frio na barriga das primeiras paixões e do metabolismo mais rápido. Ainda sinto falta de pagar meia entrada, de ter refúgio na casa dos pais, dos meus discos de vinil e da sensação de que quase tudo estava por ser descoberto. Mas, ironicamente, é falta que preenche. São as peças de um mosaico em construção.