Autor: Euler de França Belém

A marcha da insensatez: redes sociais estão destruindo a sociedade civil

Umberto Eco (1932-2016) disse que as redes sociais possibilitaram o surgimento — e quiçá uma hegemonia — de uma “legião de imbecis”. Antes, concentrados em bares, tomando vinho ou cerveja, “falavam sem prejudicar a coletividade. Normalmente, eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel. O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”.

A história de três escritoras judias assassinadas pelo nazismo

A história de três escritoras judias assassinadas pelo nazismo

“Neste gênero triste, que não deveria ter existido — a literatura do Holocausto —, prevalecem os grandes nomes, de homens, que se repetem de modo automático: Primo Levi, Elis Wiesel, Paul Celan e Imre Kertész… O único nome de mulher é o de Hannah Arendt, mas ela não passou pela perseguição cotidiana nem pelos campos de concentração — é uma pensadora”, sublinha a autora. A pesquisa é “uma homenagem a todas essas mulheres intelectuais de um grandíssimo nível”.

Jurado de morte, Roberto Saviano lança novo livro e afirma que Itália é um país cruel

Na Itália é assim: parte dos principais mafiosos está presa, parte está livre — com negócios ilegais, como o tráfico de drogas e extorsão, e legais, como investimentos financeiros e imobiliários-construção civil — e Roberto Saviano, de 38 anos, é uma espécie de homem que vive livre e, ao mesmo tempo, é prisioneiro. A Camorra, a máfia de Nápoles, o condenou à morte. O escritor e jornalista é protegido, dia e noite, por sete carabinieri (policiais).

Hannah Arendt: a filósofa como poeta

A faceta da judia Hannah Arendt filósofa quase militante — dotada de uma coragem intelectual excepcional, mesmo quando enfrentava o reducionismo e o vitimismo do establishment judaico — é por demais conhecida. Nascida em 1906 e falecida em 1975, é frequentemente citada em livros e reportagens e artigos de jornais de todo o mundo tal a vitalidade de suas ideias. Afirma-se que algumas de suas ideias são insight não desenvolvidos — e seu livro clássico, “Origens do Totalitarismo”, mereceu críticas de vários autores, como os judeus Bruno Bettelheim, psicanalista, e Raul Hilberg, historiador. Nos últimos tempos, nos quais dinheiro compra até amor verdadeiro, tem sido mencionada, com constância excessiva, por sua paixão pelo filósofo Martin Heidegger.