Ideias

Daqui a 100 anos, quem será lembrado: Chico Buarque ou Bolsonaro?

Daqui a 100 anos, quem será lembrado: Chico Buarque ou Bolsonaro?

Independentemente de sua ideologia política, que tende a esmaecer com o tempo — prevalecendo a qualidade da arte, pois a estética vai superando o discurso político-ideológico, dada a passagem do tempo histórico em que foi criada (a resposta artística acaba pode se tornar mais lembrável do que o tempo que lhe deu origem) —, a obra musical, até mais do que sua literatura, de Chico Buarque vai sobreviver, assim como a música de Bach, Beethoven, Brahms e Chopin, a poesia de Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto e a prosa de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Teles.

Coach: aquele que fracassou em quase tudo, mas tem sempre uma solução para a vida dos outros

Coach: aquele que fracassou em quase tudo, mas tem sempre uma solução para a vida dos outros

De repente, como num passe de mágica, aquele seu amigo de anos repagina completamente o perfil na rede social. Com fotos artísticas e legendas motivacionais, surpreendentemente orienta pessoas e age como guru. Sim, aquele mesmo que fracassou na maioria das coisas que já tentou, mas que, após um insight, fez um curso de finais de semana, ganhou um “certificado internacional” e agora está transformando vidas. Ele agora é coach.

Chaves é melhor do que Friends

Chaves é melhor do que Friends

Os memes são o Id da humanidade. Não existem filtros morais para o meme. Não existe Superego para o meme. Se algo se torna meme é porque representa uma verdade quintessencial, mesmo que não seja uma verdade de Diário Oficial. Geralmente, são fatos incômodos, do tipo que muitos preferem ignorar, ridicularizar, condenar ou mesmo combater.

Não há como negar: o amor não existe em SP, mas transborda no Rio

Não há como negar: o amor não existe em SP, mas transborda no Rio

Só a poesia concreta, que se supôs matematicamente realizável, haveria de ser concebida em São Paulo. E não foi. Só mesmo os versos duros de Mário de Andrade — que dizia amar com ódio a cidade que cantou como nenhum outro poeta conseguiu cantar — foram possíveis de cá serem feitos. Só aqui a ousadia que beira a deselegância de um Oswald de Andrade seria vista como inventividade e não insanidade.