Autor: Wander Lourenço

Receita poética para se descobrir o Amor de Ano Novo

Receita poética para se descobrir o Amor de Ano Novo

Para tal descoberta mágica e lúdica do Amor de Ano Novo, recomendar-se-á ao Leitor(a) que providencie os elementos primordiais da convivência cordial, para conjugação dos espíritos geminados, plenos de pujança de saúde e probabilidade de realizações múltiplas de ordem sentimental. Destarte, eis o inventário das matérias-primas a ser adquirido pelo público leitor desta crônica de réveillon, mal-assinada por um romântico convicto e incurável, mui adepto da arte de Eros, Vênus, Santo Antônio, Cupido e Afrodite.

Instituto Machado de Assis: afinal, para que(m) serve a Literatura?

Instituto Machado de Assis: afinal, para que(m) serve a Literatura?

Em seu ensaio intitulado “O direito à Literatura”, o crítico literário Antonio Candido adverte que a arte literária corresponderá a uma espécie de necessidade universal que há de ser respeitada, sobretudo porque liberta o indivíduo do caos; e, portanto, humaniza-o. Neste contexto, caber-se-ia a indagação a respeito da utilidade prática da Literatura, na gênese de uma sociedade contemporânea pautada pelos dogmas e preceitos da pós-modernidade deste século 21.

Como escrever um best-seller 

Como escrever um best-seller 

Em outra perspectiva autoral, recomenda-se a perspectiva temática de obras literárias, que abordem as peripécias de feiticeiras, magos, gnomos, fadas e duendes, a fim de que se seduzisse o público consumidor, ávido por esvaziar as prateleiras repletas de esoterismos e espiritualidade. Eis o estrondoso êxito comercial do espólio do bruxo carioca Paulo Coelho e da saga de Harry Porter, cujo sucesso fez uma escritora até então endividada obter patrimônio mais significativo do que o da rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Em terceiro plano, caso não haja talento para autoficção ou esoterismo, peço que aposte todas as fichas do jogo ficcional nos registros que abranjam os conflitos étnicos e de gênero.

Como se tornar Leitor de ficção

Como se tornar Leitor de ficção

Para se tornar Leitor de ficção há de se abrir o livro e lê-lo, corajosamente, sem receio de não se compreender mensagem e/ou vocabulário da obra literária. Por meio de prévio conhecimento das diretrizes dos elementos básicos da narração com a perspicácia de quem trafega por sobre um pântano de areia movediça, com múltiplas vozes subterrâneas por sobre sofisticados estratagemas, o Leitor precisará percorrer o espaço da narrativa, com o cuidado que se deve ter com uma arte denominada Literatura, habituada a se utilizar dos subterfúgios dos símbolos, apólogos, parábolas, fábulas, signos, alegorias, lendas, mitos e afins.

Guimarães Rosa: 55 anos sem o homem que fabricava palavras Foto / Luis War

Guimarães Rosa: 55 anos sem o homem que fabricava palavras

O crítico literário Antonio Candido ressalta que, para quem souber ler, a obra de João Guimarães Rosa tornar-se-á um formidável manancial de análise literária. No “Grande Sertão”, especificamente é perceptível que, no decorrer da narração que se inicia com o vocábulo “Nonada”, os múltiplos aspectos discursivos se apresentem ao Leitor, desde o diálogo com as epopeias homéricas até “Guerra e Paz”, de Tolstói, sem se olvidar da relação hermenêutica com Proust, Faulkner, Kafka e Joyce.