Autor: Eberth Vêncio

O segredo da vida é não ficar pensando tanto na morte

O segredo da vida é não ficar pensando tanto na morte

Ninguém em sã consciência iria lamentar a morte de um ser humano canalha, a não ser que trabalhasse como coveiro e ainda por cima tivesse de desperdiçar o próprio tempo para entregar o corpo de um desgraçado aos vermes. Já cansei de enterrar as melhores das boas intenções que morreram ainda no nascedouro. Berço de ouro é o cacete. Trabalhei duro para me tornar um homem frustrado.

Triste como um camelo

Triste como um camelo

Vivo uma relação momentaneamente conflituosa com os passarinhos. Nada que termine em pedras e alçapões, acreditem. Não se pode, contudo, confiar num ser humano. Eu, se fosse passarinho, também ficava, também me fartava de comida. Mas, confiava desconfiando, no limiar da gula, no ruflar das asas.

Viva bem, ame muito e sorria sempre

Viva bem, ame muito e sorria sempre

A vida era cheia de placas motivacionais, de biscoitos da sorte e de palavras de ordem pichadas nos muros. Descobri mais uma enquanto tomava um café forte que a barista maranhense coava nas próprias mesas dos clientes, em minúsculos coadores de feltro, um verdadeiro mimo. Atendimentos carinhosos andavam escassos. A moça comentou que o café era tão quente quanto as mulheres do Maranhão. Rimos desbragadamente.

As coisas que John Lennon talvez dissesse a Jair Bolsonaro

As coisas que John Lennon talvez dissesse a Jair Bolsonaro

John Lennon era talentoso, divertido, polêmico e, acima de tudo, cruel e casca-grossa em matéria de defender os seus pontos de vista. Sinto que, por causa da sua inteligência e da sua impetuosidade, faz uma enorme falta no debate político. Com certeza, ele não se calaria frente aos discursos perniciosos e medievais dessa trupe terrivelmente reacionária.

É verdade este bilhete: eu te amo

É verdade este bilhete: eu te amo

Não tenho obrigação de provar para ninguém que fui feliz. Não me resta muito tempo. Há um excesso de Deus, de choros e de desespero enquanto afivelo o meu cinto. Tremendo azar: vamos cair e acabei ficando sem bateria. Espero que você leia isso, pois, é uma espécie de despedida redigida de forma improvisada. Um homem de boa alma, num derradeiro gesto de desprendimento e de generosidade, emprestou-me a sua Mont Blanc.