Prepare-se para suar: sequência de uma das franquias mais famosas de ação dos últimos 30 anos é um dos mais vistos na Netflix Divulgação / Sony Pictures

Prepare-se para suar: sequência de uma das franquias mais famosas de ação dos últimos 30 anos é um dos mais vistos na Netflix

Oitavo filme da franquia de 30 anos “Sniper”, “O Atirador: O Fim de um Assassino” é dirigido por um dos mais renomados nerdolas da atualidade, Kaare Andrews, escritor e ilustrador de diversos projetos de histórias em quadrinhos da Marvel, alguns curtas-metragens, as séries “Van Helsing” e “Apocalipse V”, além de alguns poucos longas-metragens. Neste, ele pôde dirigir, pela primeira vez, um filme da franquia e algo do gênero ação.

Escrito por Oliver Thompson, Michael Frost Beckner e Crash Leyland, o thriller alucinante gira em torno de Brandon Beckett (Chad Michael Collins), filho do lendário atirador Thomas Beckett (Tom Berenger). Depois que um político estrangeiro é morto às vésperas de um acordo comercial altamente lucrativo para os Estados Unidos, Brandon se torna o principal suspeito de sua morte. Mas ele não é alvo apenas dos agentes federais, mas também de criminosos russos e de uma outra atiradora rival treinada pela Yakuza. No jogo de gato e rato, Brandon é apenas uma presa para seus muitos caçadores.

Durante a fuga, ele encontra aliança no pai distante, um ex-militar altamente treinado e preparado para enfrentar essa teia caótica de perseguição, e no agente Zero (Ryan Robbins), único detetive do governo norte-americano a acreditar em sua inocência. Zero e sua leal escudeira, Juliet (Emily Tennant), serão essenciais na investigação e comprovação da inocência de Brandon.

Com um ritmo desenfreado e uma tensão que, como uma corda estirada, jamais relaxa, “O Atirador: O Fim de um Assassino” é um deleite para os dependentes químicos de adrenalina. Brandon a todo momento se encontra encurralado, sem espaço ou tempo para retomar o fôlego. E é assim que os espectadores também se sentem ao acompanhá-lo nesta estressante jornada.

Em entrevista à imprensa durante o lançamento do filme, Kaare afirmou que sua experiência nos quadrinhos influenciou de maneira não intencional seu cinema. Um exemplo disso é o fato de desenhar seus storyboards divididos em tomadas. Já sobre seus trabalhos anteriores como diretor de filmes de terror, ele acredita que isso o deu uma boa bagagem para explorar um cinema mais visual, como James Cameron e Ridley Scott. Kaare também já aprendeu amadoramente diversas lutas de artes marciais, algo pelo qual ele é fascinado. Isso o deu ainda mais criatividade para se arriscar em um filme de ação.

A franquia que já tem três décadas fez parte da infância de Kaare, que assistia aos filmes estrelados por Tom Berenger no porão de sua casa com seu melhor amigo. Com sua experiência artística bastante particular, Kaare pôde dar uma nova cara para os filmes do atirador. E é impressionante o quanto de ação ele consegue tirar em uma produção relativamente curta, de cerca de uma hora e meia de duração.

Com uma fotografia saturada e dramática e câmeras dinâmicas, somos transportados para dentro daquele universo frenético em que muita coisa tem que dar errado antes de uma dar certo. E é esse estresse calculado que nos convence de que tudo aquilo é real.


Filme: O Atirador: O Fim de um Assassino
Direção: Kaare Andrews
Ano: 2020
Gênero: Ação / Suspense
Nota: 6/10

Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.