Foram doze anos de intervalo entre “O Exterminador do Futuro 2: Julgamento Final” e “O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas”. Considerado uma das maiores franquias de ficção-científica de todos os tempos, os dois primeiros filmes foram criados pelo gênio da lâmpada James Cameron, que sabe como fazer a mágica acontecer. Se você não está familiarizado com o nome, vou te dar outros exemplos de grandes produções deste cineasta: “True Lies”, “Titanic” e os dois longas que compõem a saga “Avatar”.
Cameron idealizou tudo sobre “O Exterminador do Futuro” e não apenas dirigiu como escreveu os roteiros dos dois primeiros filmes. O cineasta sonhava em colocar as mãos no terceiro longa da franquia e chegou a trabalhar no roteiro logo após lançar “O Exterminador do Futuro 2: Julgamento Final”. O problema é que a Carolco Pictures, produtora do longa-metragem à época, detinha 50% dos direitos. Quando a empresa veio à falência, seus ativos, incluindo os direitos sobre a franquia, foram vendidos. Os outros 50% ficaram para a ex-mulher de Cameron, Gale Anne Hurd.
Conforme os planos do diretor para a sequência foram por água abaixo, a franquia adormeceu durante mais de uma década. Nesse ínterim, foram diversas disputas entre empresas, aberturas e fechamentos de produtoras, uma tentativa de Schwarzenegger de convencer Cameron a comprar junto com ele os direitos, o lançamento de “Titanic” e até uma briga entre o cineasta e os fundadores da Carolco.
Quando a Warner Bros. finalmente adquiriu os direitos para realizar “A Rebelião das Máquinas”, o orçamento era de cerca 170 milhões de dólares. Se você está pensando que isso é muita grana, não se iluda. Na indústria hollywoodiana, dinheiro na mão é vendaval. O caixa tinha que arcar com salários milionários de pessoas envolvidas no projeto, incluindo 30 milhões apenas para Arnold Schwarzenegger, que era uma das estrelas mais caras do cinema à época. Ele também recebeu 20% dos lucros do filme nas bilheterias. O faturamento nos cinemas foi de 433 milhões.
Manter dinheiro no caixa para a produção não foi o único problema depois da aquisição pela Warner Bros. Edward Furlong, que protagonizou os dois primeiros filmes, havia assinado para estrelar com Schwarzenegger o terceiro, mas se envolveu em muitas situações que atrapalharam sua carreira. Viciado em drogas, ele precisou ser internado em uma reabilitação, além de ter tido alguns problemas legais.
Então, o diretor do novo filme, Jonathan Mostow (que também recebeu um baita salário de 5 milhões de dólares), decidiu substituir Furlong por Nick Stahl poucos dias antes do início das filmagens, em 2002.
O enredo se passa dez anos depois dos eventos do segundo filme. John Connor (Stahl) vive de forma itinerante para se proteger da Skynet, uma rede de inteligência artificial criada pela Cyberdyne Systems e que toma variadas formas físicas. O sistema considera todos os humanos uma ameaça para sua existência, como podemos ver no primeiro filme. Com o início de uma guerra nuclear, a inteligência artificial empreende um programa de genocídio contra humanos. As máquinas retornam ao passado para matar John Connor, porque sabem que no futuro ele será líder da resistência contra os robôs.
Nos dois primeiros filmes, John sobrevive, embora sua mãe, Sarah Connor, tenha sido morta. Então a Cyberdyne envia outro androide, o T-X (Kristanna Loken) para tentar eliminar o rapaz. Mas um novo exterminador, o CSM-101 (Schwarzenegger) também é enviado para proteger John, que desta vez ganha uma nova aliada, a sua futura esposa, Kate (Claire Danes).
Longe de ter o charme e a astúcia dos primeiros filmes, “O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas” cai no tom genérico e simplista das produções de ação da atualidade, que esbanjam CGI e efeitos de computador, que não parecem mais tão complexos, engenhosos e misteriosos quanto eram nos anos 1980 e 1990. Stahl também não é tão convivente como John, que parecia muito mais displicente, rebelde e deslocado quando era interpretado por Furlong.
Apesar de perder a essência dos tempos de James Cameron, é inegável que o terceiro filme da franquia é esteticamente elaborado, preocupado em oferecer efeitos exuberantes e da melhor qualidade. Frenético, a produção oferente pouco menos de duas horas de ação ininterruptas, que vão divertir e entreter os espectadores.
Filme: O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas
Diretor: Jonathan Mostow
Ano: 2003
Gênero: Ação / Ficção-Científica
Nota: 6/10