Lima Barreto deve ser visto como escritor poderoso e não como Zumbi dos Palmares da literatura
Não se trata de reduzir a importância de Lima Barreto. Até porque não é possível fazê-lo. O escritor é, de fato, relevante. Mas cabe perguntar: qual de seus romances equipara-se, em termos de linguagem renovada (ou mesmo tradicional), a “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, ‘Vidas Secas”, “Grande Sertão: Veredas” e “A Paixão Segundo G.H.”? A resposta honesta talvez seja “nenhum”. Quem sabe o conjunto da obra (inclusive com a imponência de sua complexa biografia), entre romances, contos e crônicas, aproxime-o dos autores mencionados. Em comparações isoladas, obra a obra, não há dúvida de que não tem a força de Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.