Procure direito o lázaro escondido no peito
Caçavam-me há semanas. Esperança fora encontrada morta, a boiar num lago na Cidade ocidental. Acusavam-me do hediondo crime de fugir da realidade. Era o personagem mais lazarento e odiado da história desde Jesus Cristo. A cruz, para mim, era pouco, dizia-se. Experimentado em mato, no mato me refugiei. Bebia água de pedra. Banhava-me em poças de lágrimas. Rastejava entrelaçado às cobras. Mastigava frutos nativos do cerrado. A maioria dos morcegos era herbívora, mas, o povo queria mesmo era sangue.