Doce e engraçado, filme na Netflix vai deixar 2023 mais leve e te arrancar gargalhadas Divulgação / Wetzer Films

Doce e engraçado, filme na Netflix vai deixar 2023 mais leve e te arrancar gargalhadas

Os estereótipos mexicanos ou latinos, quando usados no cinema hollywoodiano mostram o quão pouco eles conhecem da cultura e quanto preconceito carregam em cada uma de suas idealizações. E é pensando exatamente nos estereótipos, as caricaturas que os americanos fazem, que o diretor e co-roteirista Beto Gómez, com os outros escritores Aurora Jauregui e Alfonso Suárez, criaram a comédia de 2017 “Eu Gosto, Só Que Não”.

Ela pode não agradar a todos os gostos, porque as comédias se dividem em tantos subgêneros, que cada um tem seu público específico. No caso de “Eu Gosto, Só Que Não” estamos falando de uma comédia ‘screwball’ ou comédia maluca, que reúne romances a situações absurdas, hilárias e improváveis e usa os estereótipos de traficantes mexicanos criados por Hollywood para causar grandes impressões e circunstâncias cômicas. O filme é tão bobo, ingênuo e leve, que  só não se diverte que está completamente amargurado e de mal com a vida.

O enredo é o seguinte: Brayan (Alejandro Speitzer) é um jovem tímido, sensível e doce que nasceu na família errada. Ele é faz parte da terceira geração de seu clã, que faz um trabalho secreto e aparentemente perigoso. Os estereótipos nos fazem acreditar que eles são traficantes de drogas.  Todos os diálogos, trilha sonora, gestos e roupas dão a entender que se trata de uma família de criminosos.

Em determinado momento, seu pai o manda embora de sua cidade natal, Sinaloa, para ir morar na Cidade do México, para aprender a se tornar durão com seu padrinho e tomar conta dos negócios. Embora sonhe em ser chef de cozinha, Brayan aceita dar continuidade ao legado da família.

Na Cidade do México, Brayan conhece e se apaixona por Claudia (Minnie West), uma patricinha atrapalhada e inconsequente, que trabalha na companhia imobiliária do pai e mora com seus amigos igualmente desajustados, Maria (Camila Selser) e Serge (Jorge Caballero).

Ela aluga para Brayan alguns imóveis do pai, onde ele pretende administrar os negócios da família. No entanto, Claudia, que ainda não sabe que empresa secreta é essa dos Rodriguez, acredita firmemente que eles são criminosos. A partir disso, todas as vezes em que Brayan e Claudia se encontram os eventos mais e absurdos e bizarros acontecem.

Claudia acha Brayan atraente, mas tem medo dele e leva todas as palavras e ações dele ao pé da letra. Se ele lhe oferece uma carona, ela já acredita que está sendo sequestrada; em outra cena, quando ele vai tirar dinheiro da carteira e sem querer deixa cair um revólver, Claudia já acredita estar sendo ameaçada. Da mesma forma que há um desentendimento por parte dela em relação a tudo que ele diz, ele também é bastante ingênuo e não parece entender quando ela o rejeita.

As situações são tão ridículas, que mesmo quando você não gosta de comédias, acaba rindo pelo constrangimento de toda a situação. O filme brinca com nossas percepções para nos fazer acreditar em coisas que não existem. É por meio dos mal-entendidos que as piadas ganham ainda mais força  e torna o enredo um clichê com algumas surpresas.


Filme:  Eu Gosto, Só Que Não
Direção: Beto Gómez
Ano: 2017
Gênero: Comédia/Romance
Nota: 6/10