Os 10 filmes mais bem avaliados do catálogo do Amazon Prime Video Foto: Divulgação / Prime Video

Os 10 filmes mais bem avaliados do catálogo do Amazon Prime Video

Reconhecermo-nos falhos, suscetíveis a toda sorte das tantas intempéries da vida, é, por si só, uma arte. À medida que vivemos, descobrimos, uns com mais dificuldade que outros, que temos todos a capacidade de abandonar o caminho pelo qual íamos gostosamente nos perdendo e refazer o percurso, do começo, se necessário. Muitas vezes precisamos largar tudo, abandonar a vida que levávamos até determinado ponto de nossa trajetória e acessar o mais obscuro de nosso espírito, no intuito de apreender o cenário em que estamos nos aprisionando e, assim, verdadeiramente, mudar. A estrada para a perdição é larga, porém sombria; uma vez que o homem envereda por essa senda tenebrosa da existência, surgem mil outros desvios que, por mais retos que possam se mostrar, conduzem-no à desventura e quiçá à morte. O filósofo alemão Martin Heidegger (1889-1976), um dos pensadores mais completos — e complexos — da história, defendia a necessidade do recomeço como uma das questões centrais do existir. O pensamento de Heidegger assinala as muitas descobertas que fazemos ao longo da vida, uma cornucópia de mistérios cuja solução é meramente ilusória. A esse propósito, a irrequietude do homem frente ao passar do tempo, incansável, inclemente, cruel, fomenta nele justamente a premência de não desperdiçar oportunidades. Em identificando possíveis margens para arrependimento e correção de uma conduta qualquer, o homem deve sem hesitação vencer a correnteza e salvar-se. A existência humana para Heidegger é um eterno vir a ser, no qual nada é imediato, tampouco definitivo, e a natureza do homem tem de redobrar a cautela, a fim de não se comprometer com os projetos errados, uma vez que perder tempo é uma atitude que pode custar caro. A maneira como Heidegger entende a vida e, ainda mais extensivamente, a verdade da vida, aponta para uma conclusão tão poética como incômoda: devemos nos propor incessantemente novos meios de agir. Em “The Wrestler” (2008), o diretor Darren Aronofsky apresenta Mickey Rourke como poucos o conheceram. Antes um ator ovacionado em produções como “9 ½ Semanas de Amor” (1986), dirigido por Adrian Lyne, e “O Selvagem da Motocicleta” (1983), de Francis Ford Coppola, Rourke, num piscar de olhos, passara a experimentar todo gênero de dissabores, até dar outra vez a volta por cima. Já em “Uma Noite em Miami” (2020), Regina King aborda a urgência de se combater a discriminação racial nos Estados Unidos, por óbvio, certa de que a empreitada só tem alguma chance de sucesso se antes passar pela conscientização dos próprios negros. Além de “The Wrestler” e “Uma Noite em Miami”, nossa lista dispõe de mais oito títulos — os dez no Amazon Prime Video, lançados entre 2020 e 1948 —, para quem gosta de aliar diversão e análise crítica.

Imagens: Divulgação / Reprodução Amazon Prime Video