Ter amigas é a melhor terapia que existe

Ter amigas é a melhor terapia que existe

Ouvi alguém dizer que não existe amizade leal entre as mulheres, porque mulheres são falsas e rivais, ou porque falam mal uma da outra e não são parceiras como os homens são entre si. Pura bobagem. Quem disse isso provavelmente nunca experimentou a alegria de ter um grupo de amigas de verdade. Até porque mulher nenhuma é autossuficiente. Por mais que a vida esteja tranquila, sempre existe aquela poeirinha do cotidiano se acumulando pelo caminho. Mas se uma amiga convida para um café, o cansaço da rotina muda de rumo.

Não importa se as amigas se veem com frequência ou uma vez por ano, se se conhecem há pouco tempo ou desde a infância. A amizade preenche aquele vazio que não tem explicação: a saudade do que nunca existiu, a incerteza do momento ou a espera pelo que será. As amigas, quando se juntam, esquecem os problemas — seus e dos outros — nem que seja por alguns instantes. Elas entram no armário da imaginação que as leva ao mundo de Nárnia. Lá, são crianças outra vez. Também são rainhas. Feiticeiras. Leoas. Guerreiras. Essas mulheres encontram um lugar onde podem ser elas mesmas, com todas as suas denguices, bobeiras e imperfeições.

À imperfeição, somam-se vulnerabilidade e sinceridade. Amigas se reconhecem mesmo sendo diferentes entre si. Elas trabalham fora e são do lar. Estão casadas, divorciadas e solteiras. São mães e não têm filhos. São tímidas e extrovertidas, sonhadoras e pé no chão. Ouvem música clássica e sertanejo universitário. E, quando estão juntas, sabem que é essa diferença que as completa. O que seria estranhamento torna-se admiração. Não há espaço para o ciúme e a falsidade quando a amizade é construída com respeito e tolerância.

Amigas também têm coisas em comum. Têm os mesmos hobbies e adoram conhecer novos títulos de livros e rótulos de vinhos. Trocam receitas de comidas e dicas de relacionamentos. Divertem-se cantando as músicas do Sidney Magal e tirando selfies engraçadas. Dão risada até a barriga doer e se emocionam juntas, agradecendo pela vida que têm.

Depois do encontro, as amigas voltam para suas rotinas. Chegam a suas casas renovadas de esperança e vontade. O mundo da fantasia fica para trás, à espera do próximo encontro. Enquanto isso, cada uma leva um pouco da outra consigo, seja na receita do bolo, no cordão amarrado no pulso ou no bilhetinho escrito à mão.

Conforme a mulher vai ficando mais velha, ela vai percebendo que, não importa seu estado civil e nem seu estilo de vida, ela sempre terá dúvidas e desafios. Mas uma coisa é certa: estar rodeada de boas amigas torna essa jornada mais leve. Porque quem tem amigas nunca está sozinha.