Caetano Veloso

Da Tropicália aos 81 anos: as 10 canções essenciais de Caetano Veloso Foto / Joa Souza

Da Tropicália aos 81 anos: as 10 canções essenciais de Caetano Veloso

Como dois e dois são cinco, o meu nome é Caetano. Muitos me chamam de Divino Maravilhoso. Mas você pode me chamar de Leãozinho. Um estrangeiro? Um índio? Um comunista? Não enche! Onde eu nasci passa um rio. Mas, a minha alegria atravessou o mar quando conheci Irene, uma fera ferida, uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel, uma mulher, uma beleza que me aconteceu. Esfregando a pele de ouro marrom do seu corpo contra o meu, ela me falou que o mal era bom e o bem cruel.

Os 50 anos de Transa, de Caetano Veloso Foto / Joa Souza

Os 50 anos de Transa, de Caetano Veloso

Foi no seu período de exílio em Londres que Caetano gravou “Transa”, um dos álbuns mais importantes de sua carreira e que foi lançado em 1972 quando o músico já estava definitivamente de volta ao Brasil. Passados 50 anos, o disco continua a nos maravilhar e a soar sempre atemporal. Permeado pelas saudades de Caetano da sua terra natal, incorpora as tendências musicais da capital inglesa, como o rock e o reggae, com a poesia e os ritmos brasileiros, principalmente os nordestinos.

Caetano Veloso procura a sutileza perdida do Brasil Foto: Fernando Young / Divulgação

Caetano Veloso procura a sutileza perdida do Brasil

A vida de Caetano Veloso virou um reality show durante a pandemia de Covid. No apartamento do Rio de Janeiro, ele e a esposa Paula Lavigne registraram o dia a dia do compositor e postaram vídeos no Instagram: leituras, pequenos improvisos no violão, seu processo criativo, o nascimento do neto Benjamin e uma concorrida “live” que emocionou os admiradores. Parece que, no meio do horror do confinamento, saía daquele lugar uma esperança — que resultou no disco “Meu Coco” (2021).

Merquior tinha razão: Caetano é mesmo um pseudo-intelectual do miolo mole

O chato mesmo de ficar velho é ver os nossos ídolos virarem massa de pastel. Sim. Meus ídolos, os ídolos da minha geração viraram massa de pastel. E é de pastelão de rodoviária, daqueles embrejados de gordura. Pensando bem, os ídolos deveriam morrer jovens. Todos morrendo jovens, assim como Castro Alves, Rimbaud, James Dean e Garcia Lorca. Para não dar tempo de desfazer o que fez. Para não virar massa de pastel diante de seus admiradores.