A diretora holandesa Annemarie van de Mond usa sua protagonista em “Hackers no Controle” (2022) a fim de transmitir uma mensagem complexa, dúbia, que replica estereótipos ao passo que também aponta ideias a que ninguém havia dado importância até então. Na pele de Mel Bandison, Holly Mae Brood encarna muitos dos receios da sociedade híbrida do nosso tempo, parte fundada na tecnologia e na inteligência artificial, parte ainda preferindo o bom e velho olho no olho.

Um dos filmes mais aguardados do ano, “Nada de Novo no Front” não é um filme sobre heroísmo, patriotismo ou humanidade, mas uma crítica à guerra, ao ego dos poderosos que se alimentam de vidas para aumentar seu poder e influencia e à barbárie provocada pelo falso orgulho nacional. Uma Alemanha já falida e fracassada que continua a enviar seus homens para a carnificina, embora saiba que eles serão apenas os próximos cadáveres uniformizados de heróis.

Já estamos adentrando novembro e o Natal ainda parece distante, já que a agenda de 2022 está cheia. Papai Noel teve de esperar os brasileiros se ocuparem das eleições e, agora, o foco é a Copa do Mundo. No meio de tudo isso, a gente trabalha, faz close nas redes sociais, briga com os parentes por política e assiste muito filme na Netflix! Se você já está curioso para ver os lançamentos do mês, chega mais que a gente te conta!

A protagonista de “Conspiração Terrorista” (2017) dá a impressão de estar meio perdida, num momento de balanço de tudo quanto pôde amealhar ao longo da carreira como agente secreta em oposição ao muito que já perdeu e continua perdendo. O diretor Michael Apted expõe a alma dessa mulher atormentada, sem muito estímulo para se permitir levar pelas supostas boas intenções de ninguém.

O sul-africano Fabian Medea conhece bem essa face horrenda de seu país e transpôs para “Vento Selvagem” (2022) um recorte muito preciso acerca da discriminação racial, onde adiciona também elementos de alto potencial de risco, como a atuação de uma dupla de policiais, um branco e o outro, negro, que cumprem suas atribuições, porém não se furtam a mergulhar fundo na corrupção mais abjeta, saltando da propina miúda em infrações de trânsito aos milhões de rands do narcotráfico.