D. Pedro II e Nietzsche, a amizade que a história esqueceu

D. Pedro II e Nietzsche, a amizade que a história esqueceu

A novela “Nos tempos do Imperador” está em sua reta final. D. Pedro II está na moda! Mas será que você já ouviu falar da famosa amizade entre o Imperador do Brasil e o filósofo alemão Friedrich Nietzsche? Foi uma história muito conhecida no começo do século 20, mas que anda meio esquecida. O vídeo linkado explica em detalhes como tudo começou e, o mais importante, as polêmicas envolvidas. Acredite, uma verdadeira novela!

A primeira vez que se comentou publicamente sobre esse inusitado encontro foi na revista austríaca “Neues Wiener Journal”, no dia 17 de junho de 1912. O título do texto é “Nietzsche und der letzte Kaiser von Brasilien” e foi publicado anonimamente. Tudo começou numa estação de trem na Áustria, em 1871, quando o jovem Nietzsche retornava da Guerra Franco-Prussiana.

No artigo, lemos a seguinte narrativa: “Um dia o poeta do Zarathustra atravessara os Alpes tiroleses. Em uma estação de embarque, encontrou um homem robusto e de ombros largos que, pelos hábitos e pelo sotaque, parecia pertencer a um país exótico. O estrangeiro puxou conversa com Nietzsche. Aquele homem reservado, graças ao fascínio da interessante personalidade do brasileiro, abriu-se e ele, que sempre evitou desconhecidos, tomou confidência com o estrangeiro, do qual não conhecia o status. O imperador ofereceu ao filósofo um lugar no seu vagão. Os dois empreenderam viagem sobre as montanhas e Nietzsche considerou aquelas horas entre as mais interessantes de sua vida. Na estação seguinte, Nietzsche desembarcou, enquanto o seu companheiro prosseguiu viagem. Ele pediu informações a um funcionário sobre o nome daquele senhor que, a julgar pela reverência que todos lhe demonstravam, havia de ser um dignitário espanhol de alto nível. E não ficou menos surpreso ao saber que havia conhecido o imperador do Brasil”.

Após essa primeira referência, em julho de 1912, foi publicada uma segunda versão no periódico francês “Revue Hebdomadeire”, desta vez assinada pelo diplomata Maurice Prozor. Há algumas diferenças entre as narrativas, mas concordam na essência. Sobretudo nos desdobramentos do encontro. Meses depois, Nietzsche recebeu uma carta de D. Pedro II e a partir daí começaram uma longa e profícua amizade que durou até a morte do Imperador. A fonte de Prozor foi Elizabeth Förster-Nietzsche, irmã do filósofo. Uma senhora conhecida por sua, digamos, ambição e “imaginação fértil”.

O texto de Prozor foi muito influente no Brasil e gerou uma onda de publicações sobre o misterioso encontro entre o imperador sábio e o filósofo super-homem. Mas, afinal, o que há de real nesta história, sobretudo considerando a reputação da principal fonte testemunhal, a irmã de Nietzsche?

Assista o vídeo linkado e descubra.