Filmes

As irmãs Bronte se destacaram na literatura quando as mulheres sequer podiam fazer parte do universo cultural e politizado. Em “Jane Eyre”, filme de Cary Joji Fukunaga, a história de Charlotte Bronte expressa toda a obscuridade e a frustração de ser uma mulher que pensa fora do que é socialmente planejado. Jane, na infância, é considerada quase que diabólica e é afastada de casa para um internato, onde não recebe amor e afeição. Ela cresce com um aguçado instinto de sobrevivência e pessimismo, mas preenchida por sua criatividade, inteligência e talento artístico que a permitem atravessar a solidão de sua existência e o romance melancólico com um misterioso e austero aristocrata.

Adaptado do mangá homônimo, “Hell Dogs: A Casa de Bambu” é um exemplo de até onde esse gênero, que mescla texto, imagem e ação, chega. Veterano do cinema e da animação japoneses, Masato Harada por seu turno é referência na direção de filmes que se furtam à obviedade. Neste trabalho, lançado em setembro de 2022, Harada consegue preservar a aura de fantasia típica dos mangás ao passo que define um andamento manifestamente cinematográfico ao longa.

O que acontece em “iBoy” é, em verdade, o recorte um tanto fantasioso da vida pós-moderna. Ao aproveitar o mote do romance de ficção científica homônimo de Kevin Brooks, publicado em 2010, Adam Randall fala doa superpoderes que fomos todos adquirindo desde a massificação da tecnologia, lembrando o alerta feito por Brooks para a degenerescência moral e o eterno pendor da juventude para a desdita, não exatamente por causa das várias criaturas não humanas a nos rodear — ou não só.

Em um mundo onde as aparências determinam seu sucesso profissional, social e pessoal, ser bem-visto é muito importante. Em “Conselheira no Amor”, Azra (Bensu Soral) é uma espécie de coach, que ajuda outras mulheres a encontrarem seu estilo de vestir, suas vocações, a segurança que precisa para se relacionar com os outros e muito mais. No pacote, ela ainda inclui vestir algumas fantasias para enganar pais, professores e namorados. Sua dedicação e competência faz com que ela seja muito popular. Mas ela também tem que se meter em algumas encrencas para ajudar pessoas muito confusas, como Hande (Helin Kandemir), uma garota excêntrica e socialmente desajustada.

Nenhum assassinato provoca tantas suspeitas da influência da família no crime quanto de um magnata. A briga pela herança, pelo controle dos bens, são motivações comuns que levam a esse tipo de morte. Em “The Soul”, suspense policial de Wei-Hao Cheng, há algo nas entrelinhas, muito mais obscuro e misterioso, que apenas disputa patrimonial. Conforme as investigações pelo assassinato avançam, o espectador ganha mais dúvidas que certezas, e as reviravoltas que essa trama traz vão te deixar cada vez mais perplexo.