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Há algo de muito errado com uma sociedade quando o que mais se pode desejar é um refúgio onde a fantasia, a igualdade, o direito a uma vida plena de direitos tenham chance de defesa. Por anos, esse lugar foi a lendária boate Eldorado, símbolo da feérica noite berlinense no final da década de 1920, justamente o que Benjamin Cantu e Matt Lambert querem demonstrar com “Cabaré Eldorado: O Alvo dos Nazistas”, título em que já se nota uma contradição fundamental.

Comédia francesa de luta de classes, “O Cheiro do Ouro”, de Jérémie Rozan, tem como herói uma espécie de Robin Hood. Daniel, o protagonista, é um malandro que sonha em enriquecer e morar na área central da cidade, onde vive a elite. Quando consegue um emprego na fábrica de perfumes da família mais influente da cidade, ele percebe que embora estejam no topo da pirâmide, os ricos podem ser facilmente enganados. É quando ele decide contrabandear mercadorias e construir seu próprio império.