Separados por uma parede, dois vizinhos incompatíveis negociam horários e aprendem a escutar antes de se ver. Em “Uma Parede Entre Nós”, Patricia Font dirige uma comédia romântica urbana que aposta em gestos pequenos e constância. Aitana e Fernando Guallar sustentam o jogo de aproximação com leveza, enquanto o desenho de som conduz sentimentos que ainda não encontram rosto.
“Godzilla”, a série de ficção científica inaugurada por Ishirō Honda (1911-1993) em 1954 segue com força, capitaneada por um organismo colossal, impiedoso, cheio de vontades e assumidamente grotesco, que deixa o oceano Pacífico para atormentar um batalhão de soldados pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Não se veem muitas diferenças entre o “King Kong vs. Godzilla” (1962) original, dirigido pelo próprio Honda, e o trabalho de Adam Wingard em “Godzilla vs. Kong”, a não ser, claro, as invenciones tecnológicas a que o diretor recorre para capturar a atenção das plateias do século 21.
Com roteiro de Joe Shrapnel e Anna Waterhouse, “A Mulher na Cabine 10”, dirigido por Simon Stone, é uma adaptação do best-seller de Ruth Ware, lançado em 2016. Apesar dos esforços da equipe criativa para manter o filme fiel ao original, trechos essenciais da trama foram alterados para compactar e, também, reorganizar as reviravoltas, visando um desfecho mais cinematográfico. Ware foi informada das mudanças e as aprovou antes do início das filmagens.
Há algo de profundamente libertador em ver um homem comum perder o controle. Não em desespero, mas em êxtase. “O Máskara” é essa fantasia sobre a insanidade como refúgio, um carnaval da repressão onde o ordinário explode em cores e deformações cartunescas. A comédia de 1994, dirigida por Chuck Russell, continua a ser uma das traduções mais vibrantes da década em que foi feita: uma era obcecada pela ideia de autenticidade, mas incapaz de lidar com ela sem ironia.
Com humor físico e observação social, “Missão Madrinha de Casamento” examina amizade adulta sob pressões econômicas e vaidades cotidianas. Paul Feig conduz a história com ritmo que valoriza reações, sem sacrificar empatia. Kristen Wiig, Maya Rudolph, Rose Byrne e Melissa McCarthy formam um conjunto em sintonia, onde insegurança e desejo de pertencimento disputam espaço. A narrativa evita caricaturas fáceis e encontra graça na falha humana, preferindo pequenas escolhas ao exibicionismo.
