Filmes

Fazendo alusão à pouca fibra moral de um homem na meia-idade, desditoso, que soçobra justamente por não saber o que desejar, “1922” também se reporta a “O Iluminado” (1980), de Stanley Kubrick, mantendo o vigor de sua própria história. Zak Hilditch entrega uma das melhores adaptações de Stephen King, tocando num de seus assuntos-fetiche: casamentos que se prolongam além da conta, por puro comodismo de parte a parte, e que acabam redundando em ocasos melancólicos como o final do longa.

Daniel Calparsoro tem intimidade com tipos impetuosos como os de “Até o Céu” (2020), que se lançam sobre a vida como um lobo à caça de uma presa esquiva, ou como essa mesma presa, consciente de que sua fraqueza é seu escudo mais intransponível. É quase palpável seu desalento diante das situações nem intoleráveis nem maravilhosas da existência, cenário que o impele à decisão que muda sua história e que o leva a gozar os prazeres que tanto queria, todos com hora certa para acabar.

Esse final de ano está cheio de novidades na Netflix e os assinantes não terão folga. Tem muito filme e série de qualidade aterrissando na plataforma e que vão preencher todo seu tempo livre e te deixar bastante entretido. Então, prepare a pipoca e despeje o refri no copão. As sessões de frente para sua televisão serão bem divertidas. A Revista Bula selecionou as produções mais imperdíveis do momento.

A imaginação é uma ferramenta incrível de nosso cérebro para nos ajudar a superar realidades insuportáveis. É uma maneira da nossa mente nos fazer sobreviver diante do impossível. Mas é necessário ter controle sobre o que é real e o que não é. A imaginação pode se tornar um lugar tão agradável, que às vezes esquecemos de retornar para a vida de verdade. Em “Terra dos Sonhos”, acompanhamos a jornada da menina Nemo para encontrar seu verdadeiro lugar entre os dois mundos.

 O cinquentão (Bill Murray, excepcional, como sempre) que desce do trem do seu casamento — pelo menos temporariamente, enquanto está filmando um comercial de uísque para os japoneses — está perdido nessa estação intermediária, esse lugar que confluências, de idiomas que não se traduzem, que serve para despejar os passageiros de um comboio e recolher os passageiros de outro. Acontece o mesmo com a jovem (Scarlett Johansson), que duvida do seu casamento e é despejado dele também provisoriamente, já que o marido fotógrafo tem outras preocupações.