Exercitando uma confiança na vida que beira o desespero, o homem se deixa guiar por um fio de esperança, convicto de que os dias de busca e de dúvida estão em seus estertores e, então, merecidamente, virá não o final feliz dos contos de fadas, mas um recomeço, árduo, como todo recomeço, mas igualmente cheio de possibilidades. É por aí que segue “Tempos de Paz” (2009), fábula teatral adaptada para o cinema por Daniel Filho, um dos melhores profissionais do ramo.

Se você está em débito com as novidades do catálogo da Netflix, poderá aproveitar o final de semana para tirar o atraso e assistir algumas das produções que chegaram recentemente. Não se preocupe se estiver um pouco perdido. A Revista Bula traz uma seleção com algumas das melhores inserções no streaming.

“Aliados” (2016) preza pelo comedimento. Trabalho primoroso, mais um para a conta de Robert Zemeckis, o filme rende uma justa homenagem ao gênero, primeira incursão do diretor no tema, sem que se note no roteiro de Steven Knight o sabor rançoso do pastiche, o que já é um achado em produções tão conceitualmente herméticas — não obstante estejam presentes traços bem-marcados de tramas como a de “Bastardos Inglórios” (2009), o épico nonsense (e delicioso) de Quentin Tarantino.

Filme denso e pesado de Mehmet Ada Öztekin, mesmo diretor de “Milagre na Cela 7”, “Ama-me”, drama turco disponível na Netflix, começa lento, mas cresce o ritmo e toma proporções maiores que imaginamos. Um filme misterioso onde nada é o que parece, o desfecho está pronto para nos surpreender e impactar. Um verdadeiro tesouro do cinema internacional disponível no streaming.