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Um filme da Netflix que beija a alma, abraça o coração e dança com a esperança Divulgação / Netflix

Um filme da Netflix que beija a alma, abraça o coração e dança com a esperança

Despretensiosamente, “O Segredo do Papai Noel” passa a integrar a lista dos bons filmes de Natal, com uma bem contada história sobre as emoções e anseios que teimam em vir à tona nessa época. Conhecido pela numerosa produção de longas com essa temática, Mike Rohl compõe o registro ensolarado de uma pequena tragédia sempre a um triz de ser realidade, mas que o destino trata de liquidar. Talvez levado pelo tal encanto natalino.

Kate Winslet e Jack Black na comédia romântica que abraça como cobertor e aquece como chocolate quente, na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Kate Winslet e Jack Black na comédia romântica que abraça como cobertor e aquece como chocolate quente, na Netflix

Ambientado entre uma Londres melancólica e um inverno luminoso na Califórnia, o filme acompanha duas mulheres em crise sentimental que decidem trocar de casas por algumas semanas, apostando que a distância resolverá velhos impasses. A narrativa, típica da comédia romântica dos anos 2000, ganha novo interesse ao circular hoje em serviços de streaming, recolocando em debate fantasias de fuga, trabalho exaustivo e idealização do amor adulto. A direção privilegia diálogos ligeiros, interiores acolhedores e encontros improváveis, criando escapismo romântico fantasioso.

Filme leve e bobinho que vai dar férias para sua cabeça chega à Netflix Divulgação / Walt Disney Pictures

Filme leve e bobinho que vai dar férias para sua cabeça chega à Netflix

O ponto de partida de “Magic Camp” é simples: um ilusionista em decadência, Andy (Adam Devine), retorna ao acampamento onde passou a juventude para orientar um grupo de adolescentes interessados em mágica. Ele aceita o convite não por altruísmo, mas porque sua carreira está à beira da irrelevância e ele precisa recuperar a sensação de propósito. Esse retorno forçado estabelece o centro dramático da narrativa, ainda que o filme opte por tratá-lo de maneira leve e sem aprofundar conflitos internos com maior rigor.

Sequência tardia de clássico infantil é perfeito para dar play nas férias, na Netflix Divulgação / 20th Century Fox Home Entertainment

Sequência tardia de clássico infantil é perfeito para dar play nas férias, na Netflix

O interesse por revisitar sucessos populares costuma traduzir mais um cálculo de mercado do que uma ambição artística. Mesmo assim, certos projetos se tornam reveladores justamente por explicitar esse mecanismo. É o caso de “Uma Turma Divertida”, continuação tardia que assume o risco de dialogar com um título querido por diferentes gerações. O filme parte da premissa simples: um novo grupo de jovens encontra no mesmo campo de baseball o espaço onde conflitos, amizades e pequenas conquistas ganham forma.

O filme mais doce, bizarro e deliciosamente errado do catálogo da Netflix chegou Divulgação / MXN Entertainment

O filme mais doce, bizarro e deliciosamente errado do catálogo da Netflix chegou

O que mais me intriga em “Lisa Frankenstein“ é a tentativa obstinada de parecer inofensivo enquanto tudo ao redor pede o contrário. O filme pulsa com uma energia que suplica por excessos, mas mantém um freio que contraria sua própria natureza. A sensação é a de assistir a uma criatura fascinante, porém domesticada antes da hora. E, paradoxalmente, é justamente nessa contenção que o longa revela sua personalidade mais curiosa: ele funciona como uma carta de amor torta ao imaginário adolescente dos anos 80, só que escrita com a caligrafia de alguém que sabe que certas sombras não combinam com a classificação indicativa.