7 livros com finais inesperados, cruéis e absolutamente geniais

7 livros com finais inesperados, cruéis e absolutamente geniais

Há finais que nos confortam, encerram ciclos e oferecem a doce ilusão de que tudo se encaixa no fim. Mas há também aqueles que são como tapas na cara literária: surgem sem cerimônia, ferem o ego leitor e deixam uma marca inesquecível na testa da alma. Estes não pedem desculpas, não entregam redenção nem oferecem sentido imediato. São reviravoltas que transformam todo o enredo retroativamente, fazem o leitor virar a última página e permanecer estático, olhando para o além como se tivesse levado um golpe metafísico. Não há como desler. E também não há como fingir que não doeu.

O mais cruel desses desfechos não é apenas a tragédia em si, mas a maestria com que os autores nos conduzem até ela. Há quem chame isso de traição. Eu chamo de genialidade. Porque é fácil emocionar com finais felizes; difícil é fazer isso com finais devastadores, moralmente ambíguos ou pura e simplesmente desconcertantes. E o melhor: muitos desses autores ainda têm o requinte de não oferecer explicação, como se dissessem: “Você que lute”. E lutamos mesmo. Contra o choro, contra o impulso de jogar o livro na parede, contra o desejo sádico de reler tudo de novo.

Por isso, esta lista é uma homenagem aos finais inesperados, cruéis e absolutamente geniais. Aqueles que implodem qualquer noção de previsibilidade e abrem crateras na nossa experiência leitora. Se você acha que já viu de tudo, é porque ainda não passou pelo deserto emocional de um Coetzee, pela distopia sem nome de um McCarthy ou pela Comala assombrada de Rulfo. Prepare-se: aqui não há spoiler, mas há dor. Uma dor elegante, bem escrita, com pontuação impecável, e que, curiosamente, a gente agradece por sentir. Então respire fundo, vire a página e aceite: o pior ainda está por vir. E isso é ótimo.