Eberth Vêncio

Estupros coletivos, pesadelos particulares

Estupros coletivos, pesadelos particulares

Eu sei que acabamos de adentrar o ano de 2014, e ainda há milhares de pessoas arrotando cidras cereser e gozando merecidas férias, e muitos ainda se ocupam em anotar numa embalagem de padaria as metas para o ano que se inicia. Não quero atrapalhar a digestão, muito menos, as férias de ninguém com as minhas reflexões acerca das reincidentes atrocidades humanas. Mas acontece que a ruindade do homem não respeita os pipocos do champanhe. Na engenharia da maldade, não existe o botão de “Pause”.

Dicas inacreditáveis para se fracassar em 2014

Dicas inacreditáveis para se fracassar em 2014

Indesejável leitor, se você se dispôs a ler este texto: meleca! Você deve ser um curioso terminal, um fracassado contumaz ou uma criatura que se dependura num cabide de empregos governamentais para servir café frio aos colegas, assediar as gostosas companheiras de ócio no palácio ou prestigiar os eventos festivos do seu partido. A ordem dos detratores não altera o salvo conduto.

Quando eu morrer toquem o Álbum Branco dos Beatles

Quando eu morrer toquem o Álbum Branco dos Beatles

O desconhecimento de um ser pelo outro é ainda mais aviltante nos dias de hoje, em que as pessoas não estão atentas ao que se diz, ao que se sente, fazendo com que muitas informações diárias relevantes se percam pelo caminho, na roda-viva das grandes cidades, na correria urbana desenfreada na qual o trabalho e a busca pela redenção financeira estão acima das relações humanas mais primárias como, por exemplo, tomar um pingado num copo americano sujo de batom, enquanto se observa a vida passar pelas calçadas.

Crises existenciais de origem duvidosa

Crises existenciais de origem duvidosa

Literatura, facebook, salão de beleza e mesa de bar não são divãs, eu sei, todo mundo já disse. Mas — ditas, escritas, pronunciadas com puro sentimento — as palavras jamais serão em vão, mesmo que elas, eventualmente, de tão ruins, se prestem a todo esquecimento. Ultimamente — peso da idade? — tenho enxergado a vida como se estivesse dentro de um tudo de ensaio (ela, a vida, no interior do observatório).

Dez culpas esfarrapadas

Dez culpas esfarrapadas

Ante a imensa ignorância vicejante na humanidade, esta se trata de uma das desculpas esfarrapadas mais utilizadas quando algo vai mal ou dá errado. É desculpa boa de se dizer quando resta quase nada a se dizer. Aceitar decessos e falências como situações plausíveis já seria o suficiente, mas… Não. Há sempre que se imputar a culpa a algo ou alguém: o mordomo, o gato preto, a casca de banana, a falta de palmadas nos filhos, a internet, as redes sociais, a preguiça do baiano, o médico cubano, a alergia à lactose.