A discussão sobre tutela, diagnóstico e liberdade ganha dramatização rara em um longa que concentra a decisão de um perito em um prazo contado. A narrativa cruza humor discreto e pressão institucional para tratar envelhecimento, sexualidade tardia e conflitos de herança sem caricaturas. A cada entrevista, laudo e visita, o filme pergunta quem tem autoridade para decidir como alguém deve viver.
Bryce McGuire transforma a rotina doméstica em fonte de inquietação, ao usar uma piscina como eixo de desejo, culpa e autossugestão. “Mergulho Noturno” investe em sugestão visual e desenho de som para construir medo sem recorrer a explicações. Quando verbaliza o mistério, perde parte do fôlego; quando acolhe o silêncio, ganha presença. Wyatt Russell e Kerry Condon sustentam o drama familiar com sobriedade, e a mise-en-scène mantém coerência discreta.
Dirigido por James Mangold no início dos anos 2000, “Kate & Leopold” combina o charme da comédia romântica tradicional com o artifício da ficção científica, num flerte improvável entre o amor e a viagem no tempo. A princípio, a premissa soa tão fantasiosa que poderia desabar sob o peso do próprio clichê: um duque do século 19, transportado acidentalmente para a Nova York contemporânea, apaixona-se por uma executiva cética e pragmática.
Baseado em um sequestro aéreo real dos anos 1970, “Good News” observa a política sob pressão e privilegia escolhas que salvam rostos antes de salvar vidas. Dirigido por Byun Sung-hyun, o filme combina humor seco e suspense para examinar como a imagem pública guia decisões de bastidor. Sul Kyung-gu compõe um estrategista clandestino de cálculo frio; Hong Kyung oferece o farol moral; Ryoo Seung-bum representa a burocracia que mede pessoas por utilidade.
Há algo de deliciosamente insano na ideia de mesclar o chá das cinco com decapitações. “Orgulho e Preconceito e Zumbis” parte de um impulso que parece nascido de uma noite em que Jane Austen sonhou com George A. Romero e ambos decidiram escrever juntos. O resultado é um híbrido que, a despeito da aparente incongruência, revela o quanto o absurdo pode ser elegante quando se leva a sério demais.
