A mais nova obra-prima de Almodóvar sincroniza Tilda Swinton com Julianne Moore em melodia visceral, na Netflix
Há diretores cuja assinatura não depende apenas de um estilo visual, mas de um pacto íntimo com a linguagem — e não apenas a da câmera. Pedro Almodóvar é um desses casos raros. Seu cinema sempre se articulou a partir de uma gramática afetiva que mistura excesso e silêncio, melodrama e autoironia, construindo atmosferas em que o improvável adquire densidade emocional. Em “O Quarto ao Lado”, sua primeira incursão em um longa-metragem falado em inglês, essa equação vacila.