Produções como “David Brent: A Vida na Estrada” contornam o preconceito, o menoscabo, a apatia e, claro, o despeito e se estabelecem como um subgênero cada vez mais autônomo, quiçá até mais expressivo que a fonte de onde brotou. Ricky Gervais foi burilando uma habilidade algo intuitiva de dar voz a homens como o personagem mencionado no título, expondo suas fraquezas, sua melancolia, seus demônios ao passo que consegue igualmente exaltar-lhes a chama da vida.

Brincando com estereótipos e mexendo com nossas percepções, o longa-metragem de comédia maluca “Eu Gosto, Só Que Não” fala sobre um romance atrapalhado entre um suposto criminoso e uma patricinha. As situações que envolvem a relação são tão inesperadas e absurdas que vão provocar muitas risadas e te deixar sem acreditar nessas situações hilárias.

Se há histórias de Nicholas Sparks felizes eu desconheço. Tudo bem, não tenho todo esse conhecimento em obras do autor, mas assisti todas adaptações de seus livros para o cinema. Nenhum deles foi uma experiência decepcionante, porque Sparks, claro, sabe bem como vender uma história. No feel good movie “Querido John”, temos um singelo e óbvio romance, que precisa lutar contra as forças do destino para se manter.

“No Olho do Furacão” confirma a voz rouca das ruas quando esta grita que a oportunidade faz o ladrão — neste caso sem figura de linguagem. O diretor Rob Cohen prepara o espectador para defrontar-se com situações que rechaçam completamente a trivialidade dos acontecimentos ordinários da vida como ela é ao passo que não deixa de salpicar a narrativa com a rasteira humanidade dos tipos que dão corpo à história.