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Revisitando o charme das narrativas de época, “A Lista do Sr. Malcolm” equilibra tradição e inovação ao mergulhar no universo da aristocracia britânica. Inspirado na obra de Suzanne Allain, o filme adiciona uma perspectiva multicultural aos dilemas sentimentais e sociais que evocam o legado de Jane Austen. A atuação de Sope Dirisu como o enigmático lorde Malcolm amplia os debates sobre privilégio e exclusão, conectando passado e presente com sutileza.

Anne Elliot, a protagonista, é uma mulher de 27 anos presa à sombra de escolhas passadas. Em uma época em que o casamento era tanto uma necessidade prática quanto um status social, Anne cedeu às pressões de sua família para recusar a proposta de Frederick Wentworth, então um jovem oficial naval sem fortuna. Agora, anos depois, ela se encontra vivendo com o pai vaidoso, Sir Walter Elliot, cuja obsessão por aparências contrasta com a decadência financeira da família. O retorno de Wentworth, agora um homem bem-sucedido, reacende antigos sentimentos e força Anne a confrontar não apenas o arrependimento, mas também as expectativas que ainda a aprisionam.

Poucos artistas no mundo encarnaram com tanta perfeição a dicotomia fundamental do amor como Jane Austen (1775-1817) ou suas personagens — o que vêm a dar no mesmo. A influência de Austen fica cada vez mais evidente à medida que “A Lista do Sr. Malcolm” toma corpo. O trabalho de Emma Holly Jones é uma louvável tentativa de emular o talento de uma das autoras mais populares da literatura universal, com a adição de elementos bastante peculiares.