Autor: Jacques Fux

Woody Allen através de um espelho sombrio Foto / Denis Makarenko

Woody Allen através de um espelho sombrio

Em 1991, ela encontra fotos sensuais, levemente pornográficas e insinuantes, da sua filha adotiva. O mundo desaba. Ela perde o chão. Imagina estar numa cena de cinema, em que tudo é falso e real simultaneamente. Sim, deve haver alguma câmera escondida filmando. Precisa existir algum diretor conduzindo essa trama de horror. Só pode ser uma figuração, Photoshop ou uma brincadeira de mau gosto de alguém. Uma montagem. Uma falácia. Uma fraude. Mas, infelizmente, não é.

WhatsApp clonado

WhatsApp clonado

Nunca achei que teria meu WhatsApp clonado. Eu, no auge da minha arrogância e prepotência (friso: prepotência, e não “potência”) — mestre em Computação, pós-doutor pela Universidade de Harvard, escritor e professor de Inteligência Artificial, e outros blá blá blás — achei que passaria ileso por mais um golpe.

Feliz Dia dos Ex-namorados

Feliz Dia dos Ex-namorados

Hoje, Dia dos Namorados, resolvi revirar meu passado. Guardo, numa velha pasta escondida, as lembranças de um tempo vivido. Remexer é recriar. Reviver. Ressignificar dores e amores adormecidos. Encontrei várias fotos. Lembranças de momentos. Não, não os havia esquecido, apesar de não estarem presentes no meu cotidiano.

Bob Dylan: um gênio e um louco judeu

Um gênio excêntrico. Um judeu que vive sérios conflitos consigo mesmo. Teve uma infância muito parecida com Philip Roth — que tem seu mote e seus monstros todos judeus, e que foi acusado de ser mais um ‘auto-odioso’ judeu. Também sempre quis pertencer a alguma doutrina ou a alguma fé, assim como a nossa incrível escritora Clarice Lispector, mas só a encontraram nas letras — cancionadas ou poetizadas. Foi um rebelde com muitas causas, louvou Jesus, e se tornou quase uma divindade como Bob Fischer, o ídolo americano e grande campeão de xadrez, que encontrou a salvação nos atos extremos e nas crenças odiosas de Osama Bin Laden.

Como sobreviver a um pé na bunda

Como sobreviver a um pé na bunda

J. apareceu assim, como imagens em sonhos, um pouco fora de foco. Desconfiei dos meus olhos. Desconfiei do vazio do meu coração. J. estava lá. Em minha frente seu sorriso me perturbava. Provocava-me a sua beleza ainda não descoberta. Inflamavam-me sentimentos de dúvidas, incertezas e encantos a serem descobertos. Logo depois da primeira mirada, procurei-a no meio da multidão. Não era capaz de reconhecer novamente seus olhos, a memória traía meus sentimentos. E a memória nunca me traíra antes. Seria ela especial? Fascinante? Fascinada? E algumas horas se passaram até reencontrá-la. Primeiro encanto. Mas ainda continuaria em dúvida.