Autor: Flávio Paranhos

Woody Allen e Heidegger: Morte aos monstros!

Minha tese é que Mia Farrow é uma pessoa profundamente perturbada (bioquímica e neuropatologicamente mesmo) e machucada, que não hesita em trazer os outros para dentro de sua espiral egocentrada. Dory Previn, Barbara Sinatra, Ronan, Dylan, Soon-Yi, Woody são todos moscas presas em sua teia psicótica. Posso estar errado? Posso. Mas acho que não.

Melhor isso do que nada

Melhor isso do que nada

Os mesmos petistas que não abrem mão do Sírio, consideram que os cidadãos de lugares ermos e das periferias das grandes cidades devem se contentar com equipes mal remuneradas ou sem direitos trabalhistas (ou as duas coisas juntas), em lugares sujos, sem a mínima estrutura. Por qual argumento? Melhor isso do que nada. Esses são lugares que já não têm médicos mesmo, e as doenças mais comuns não precisam de estrutura. Então, segue o argumento, melhor um médico sem diploma revalidado, num posto de saúde sem estrutura, do que nada.

A canalhice conta com a burrice

A canalhice conta com a burrice

A verdade é que os médicos somos, antes de tudo, burros. Muito burros. Fizemos exatamente o que a canalhada federal queria. Fizemos greve, dando oportunidade pros jornais documentarem pacientes que haviam marcado sua consulta há meses e tendo de remarcar. Dizemos para os colegas não atenderem os erros e complicações dos cubanos. Recebemos, vestindo nossos jalecos brancos e com gritos raivosos, os colegas estrangeiros, no aeroporto.

Três vezes Woody

Nos últimos dias fui perseguido por fantasmas dos filmes de Woody por três vezes. Na primeira delas, eu praticava meu atual esporte predileto — criticar a imprensa — num restaurante em Brasília. Éramos dois médicos e uma psicóloga “contra” um jornalista, professor da PUC Campinas. O placar estava folgado a nosso favor, quando ele, acuado, sacou da cartola, Marshall MacLuhan. Na hora me lembrei da maravilhosa cena do excepcional Annie Hall, em que um cidadão emite suas opiniões sobre Fellini em voz alta na fila do cinema. Alvy Singer (Woody) se irrita e reclama, daí o sujeito saca Marshall MacLuhan.