Autor: Edson Aran

O melhores livros lidos em 2023 (Edson Aran)

O melhores livros lidos em 2023 (Edson Aran)

Passei boa parte do ano escrevendo meu novo romance (um épico de proporções machadianas, aguarde!) e terminando as ilustrações do meu primeiro livro infantil (uma história sobre a importância da imaginação, aguarde!). Mas não renunciei às leituras, claro, que sempre são uma maneira de escapar à realidade e controlar a ansiedade. As escolhas dos livros refletem esse estado de espírito. Ignorei o hype e a lista de best-sellers, como convém.  Busquei os lançamentos, mas também resgatei obras esquecidas nos sebos e na minha própria estante.

Krenak quer cadeira

Krenak quer cadeira

Na eleição da Academia Brasileira de Letras (ABL), a história será feita. Pela primeira vez na instituição, dois autores indígenas estão concorrendo para uma vaga. São eles: Ailton Krenak, mineiro de 69 anos, e Daniel Munduruku, paraense de 59 anos. No entanto, este momento é marcado por tensões, pois Munduruku expressou seu desagrado com a decisão de Krenak de concorrer no mesmo pleito.

Tô Tarado: uma saga sertaneja de solidão e sofrência

Tô Tarado: uma saga sertaneja de solidão e sofrência

Mudou uma família pra roça aqui do lado e tinha uma moça até que ajeitadinha. De longe, era até bonita. O problema é que a moça era mudinha. Falava tudo enrolado. Me contaram que ela cortou a língua com a faca da avó, que ficava guardada num baú debaixo da cama. Tem base, doutor? Tanta coisa pra enfiar na boca e a mulher enfia uma faca? Tem gente que é besta demais da conta, não é não?

O problema fiscal

O problema fiscal

A grande mudança ocorrida nesse nosso século distópico e despótico é o isolamento de grupos sociais em bolhas incomunicáveis. Todo o resto é consequência. A divisão artificial e marqueteira em tribos antagônicas é muito boa para vendedores de tranqueiras. Mas quem compra bugigangas também compra ideias e, sem a possibilidade de confrontar suas opiniões com visões diferentes de mundo, acaba virando um fanático.

Indiana Jones, aquele ladrão colonialista Jonathan Olley / Lucasfilm

Indiana Jones, aquele ladrão colonialista

Uma produção cinematográfica deveria ser julgada apenas pelo que entrega: roteiro, direção, atuação, fotografia, criatividade, inventividade etc. Mas vivemos numa época toda descontruída, onde a ostentação de virtude virou peça de marketing e a divisão da sociedade em bolhas é modelo de negócios. Debater a postura de personagens fictícios fornece desculpa de consumo para audiências melindradas pois Hollywood, afinal, depende do seu ingresso.