O ABC dos amores malogrados de quase todas as mulheres

O ABC dos amores malogrados de quase todas as mulheres

Abel, embora pacífico e delicado, se não tivesse sido assassinado pelo próprio irmão (vocês souberam pelos jornais?), daria um marido e tanto. Adamastor — só de se lembrar disto ela tem calafrios — não deu certo porque era um pastor verborrágico que se amarrava em sexo anal. Adão era um sujeito machista que a tratava como se ela fosse uma costela. Alencar — gordo que nem um capado — começou a elencar um sem número de defeitos que ele vinha observando no corpo dela nos últimos tempos. Almeida Prado só fazia cagadas.

Amadeus infernizava aquele lar com música tecno-brega paraense da pior qualidade. Angel, em matéria de poligamia, era o cão chupando manga. Atlas negara-se veementemente a carregar a culpa daquele amor falido nas costas. Armando fazia jus ao nome: só armava encrencas. Arturo rendeu a ela um cancro duro. O Arnesto a convidou prum samba — ele morava no Brás —; ela foi e não encontrou ninguém, então, voltou com uma baita de uma raiva: “da outra vez, eu não vou mais, eu não sou tatu”. Ayrton gozava muito rápido nas suas curvas.

Bento disse que só se casaria com ela no Vaticano. Caim espancou-a com um fêmur de boi e foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Caio caiu na risada quando ela tirou a lingerie. Cândido adorava humilhá-la. Carlitos até que era engraçado, mas nunca dizia uma palavra elogiosa, parecia até uma personagem do cinema mudo. Charles pensava que tinha o rei na barriga, ao lamentar ter desposado uma mulher da plebe. Constantino queria fazer sexo três vezes ao dia, diariamente: um martírio para qualquer mulher que trabalha, estuda e tem filhos.

Dante tornou a convivência conjugal um verdadeiro inferno. Davi, o franzino, num momento de superação jamais visto, meteu um cinzeiro de vidro na sua testa. Dênis pensava mais com o pênis do que com a massa cinzenta. Elvis, para ela, tinha morrido, sim, senhor, há muito tempo.

Feliciano até que tentou namorá-la, mas teve uma recaída da cura gay. Felipão convocou a família toda para a sala, declarou que estava tirando o time de campo (abandonando a mamãe) porque tinha se apaixonado por uma mulher bem mais nova que ela, e esperava que todos ali presentes compreendessem a difícil decisão que acabara de tomar. Gabriel era um anjo de pessoa, até que começasse a beber. Geraldo, que era uma autoridade muito poderosa, além de mandar a polícia militar descer o sarrafo em estudantes que protestavam contra o aumento da tarifa de ônibus, ordenou que fosse preso a sete chaves aquele amor bandido. Gerson foi um namorado egoísta que queria levar vantagem em tudo no relacionamento. Giácomo era fodão apenas no nome.

Hércules, no que tange às fantasias entre quatro paredes, era fraquinho. Ícaro sempre foi meio avoado. Homero tomava porres homéricos e desandava a dizer umas verdades que ela detestava ouvir. Ilário morreu de rir quando ela se vestiu de Tiazinha. 

Jacques custou a compreender que uma mulher é bem mais que uma vagina. Jason — ela jamais imaginou — era um serial killer de orgasmos. Jesus fazia o estilo hippie sindicalista, meigo demais, justo demais, sempre repartia o sanduíche de mortadela e a coca-cola com todos os presentes à mesa, uma atitude até comovente, embora, estranha. João Batista perdeu a cabeça por outra mulher e partiu. Judas falou que ia comprar cigarros na esquina e nunca mais apareceu. Justo fez empréstimos impagáveis no CPF dela.

Lázaro não acreditava em milagres: o amor entre eles estava mortinho da silva e não tinha Cristo que o ressuscitasse. Leônidas mentiu veladamente ao dizer que fizera aquele gol de bicicleta em homenagem a ela. Leonardo deu vinci motivos para pedir o divórcio. Luís Inácio blefou ao jurar que preferia ter um dos dedos das mãos decepado pela máfia japonesa do que trair a sua confiança.

Manoel tinha o QI tão elevado que a trocou por uma matemática do IBGE. Maomé, do alto de uma montanha, gritou “eu não te amo mais, minha filha”. Marciano, de tanto fumar maconha com os amigos, dizia coisas de outro mundo. Mário não a comeu nem na cama, quem dirá, atrás do armário. Marlon era brando com as outras e rude com ela. Máximo esforçava-se pouco em manter o relacionamento num nível aceitável. Messias não era bem aquele homem que as amigas profetizavam.

Napoleão tinha problema: Napoleão era um dominador sádico sem limites. Narciso — ela soube, anos mais tarde — de tão vaidoso, tornou-se transexual. Newton teve uma ideia incrível: trocou-a por uma mulher mais velha, porém, rica. Orfeu, todo mundo já sabe, fugiu com Eurídice, a cunhada. Otto, que nunca cantou porra nenhuma, terminou o namoro pra viver de música e de chatear ouvidos alheios.

Pedro negou por três vezes que a tivesse traído. Pedroso era duro nas palavras, embora, bom de cama. Roque era cismado com música sertanejo-universitária. Salomão foi injusto com ela ao propor não rachar o patrimônio ao meio durante o divórcio. Salim sempre a presenteou com produtos de segunda linha. Salvador bem que tentou, mas não conseguiu salvar o relacionamento. Sarnei ameaçou que só a deixaria livre depois de morto (não largava o osso). Sócrates foi o namorado mais burro que ela já teve.

Theseo era compulsivo sexual. Tom sempre desafinava ao contar uma mentira. Thor possuía uma clava bisonha. Ubirajara só a levava para programas de índio. Urbano mentiu ao dizer que tinha fazendas em Goiás cheias de nelore. Valentin tinha medo de se apaixonar, então, caiu fora. Vasco — isto ninguém entendia — amava o Flamengo mais do que a própria esposa. Vinícius veio com aquela conversinha fiada de “infinito enquanto dure, posto que é chama, e coisa e tal”, e terminou o casamento em plena lua de mel. Vitório perdeu a chance de ficar calado ao dizer que perdera o interesse sexual por ela depois dos gêmeos. Zeca foi pego com uma mulata num pagodinho. Zeus, que tinha mania de grandeza, abandonou mulher e três filhos.